Classificação Fiscal de Mercadorias: Guia Prático para Usar o NCM Correto, Evitar Multas e Pagar Menos Impostos

Classificação Fiscal de Mercadorias é um processo essencial para empresas que importam, exportam ou comercializam produtos no Brasil, pois define o código NCM correto e determina a tributação aplicável.
Segundo a Receita Federal, um erro nessa etapa pode gerar multas que variam de 1% do valor aduaneiro (mínimo de R$ 500) até 10% do valor total da declaração de importação, além de atrasos no desembaraço e custos extras para a empresa.
Ao longo deste guia, você vai aprender, com base em normas oficiais e nas práticas recomendadas por especialistas, como aplicar corretamente a classificação fiscal, interpretar a NCM, entender o papel do Sistema Harmonizado e evitar autuações.
O objetivo é que, ao final da leitura, você saiba
onde consultar, como interpretar e quais passos seguir para garantir conformidade tributária e aproveitar benefícios fiscais
O que é Classificação Fiscal de Mercadorias?
Classificação Fiscal de Mercadorias é o processo de atribuir a cada produto um código numérico padronizado — no Brasil, geralmente o NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) — que identifica sua natureza, composição e finalidade.
Esse código é baseado no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (HS Code), criado pela Organização Mundial das Alfândegas e adotado internacionalmente desde 1988.
Essa classificação é essencial para determinar corretamente a tributação, calcular impostos como IPI, ICMS, PIS e COFINS, e cumprir obrigações acessórias.
Uma definição incorreta do código pode resultar em autuações, pagamento indevido de tributos ou perda de benefícios fiscais. Por isso, conhecer e aplicar as regras de classificação fiscal de forma correta é um passo estratégico para a saúde tributária de qualquer negócio.
Por que a Classificação Fiscal é Tão Importante?
Classificação Fiscal de Mercadorias é fundamental para garantir que empresas e profissionais cumpram corretamente suas obrigações tributárias e evitem riscos fiscais.
Uma classificação incorreta pode gerar autuações, multas que chegam a 10% do valor da mercadoria e até mesmo a perda de incentivos fiscais, conforme previsto em normas da Receita Federal.
Além de evitar penalidades, uma classificação correta assegura que a empresa aplique a alíquota exata de cada tributo, aproveite benefícios fiscais previstos em leis e regulamentos, e mantenha a conformidade com sistemas de fiscalização como SPED Fiscal, EFD-Contribuições e NF-e.
Isso também facilita auditorias internas e melhora o relacionamento com fornecedores, clientes e órgãos fiscalizadores.
Como Funciona a Classificação Fiscal no Brasil?
Classificação Fiscal de Mercadorias no Brasil é regulamentada pela Receita Federal e segue padrões internacionais definidos pelo Sistema Harmonizado (HS Code) e pela Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
Todas as empresas, independentemente do porte, devem atribuir corretamente o código NCM aos seus produtos, tanto nas operações internas quanto nas importações e exportações.
Essa classificação é obrigatória e influencia diretamente o cálculo de impostos como IPI, ICMS, PIS e COFINS.
Um erro na definição do código pode gerar pagamento indevido de tributos, comprometendo o fluxo de caixa e expondo a empresa a autuações fiscais.
Para evitar problemas, a Receita Federal disponibiliza materiais como as
Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH) e as
Soluções de Consulta, que auxiliam na interpretação e aplicação correta da classificação.
Sistema Harmonizado e a Base Internacional da NCM
Classificação Fiscal de Mercadorias tem como base o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (HS Code), um método internacional padronizado para identificar produtos.
Criado em 1983 pela Organização Mundial das Alfândegas (OMA) e adotado pelo Brasil em 1986, o sistema serve como referência para elaborar tarifas aduaneiras, calcular fretes e padronizar descrições comerciais no comércio global.
O HS Code é utilizado por mais de 200 países e se tornou a estrutura base para a criação da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Essa padronização garante que as mercadorias sejam classificadas de forma uniforme, permitindo a correta aplicação de impostos e facilitando o comércio exterior.
No Brasil, seguir as regras do Sistema Harmonizado é fundamental para manter a conformidade tributária, evitar autuações e garantir competitividade nas operações internacionais.
Como o Sistema Harmonizado é composto
Classificação Fiscal de Mercadorias pelo Sistema Harmonizado (HS Code) é organizada em uma estrutura hierárquica que permite a identificação detalhada de cada produto.
Essa estrutura é dividida em Seções, Capítulos, Notas de Seção e de Capítulo, Posições e Subposições, além das seis Regras Gerais de Interpretação (RGI), que orientam a aplicação correta dos códigos.
Os dois primeiros dígitos do código indicam o capítulo da mercadoria. Os quatro primeiros identificam a posição do produto dentro do capítulo. O quinto dígito representa o desdobramento da posição, e o sexto mostra o desdobramento da subposição.
Se os dois últimos dígitos forem “00”, significa que não há desdobramentos adicionais. Essa lógica vai desde produtos menos processados, como
animais vivos, até itens de maior valor agregado e intervenção humana, como
obras de arte.
O Que é a NCM e Com o Funciona no Brasil
Classificação Fiscal de Mercadorias no Brasil é feita com base na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), um código numérico criado para padronizar a identificação de produtos entre os países do bloco — Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Implementada em 1995, a NCM deriva diretamente do Sistema Harmonizado (HS Code), por isso também é chamada de NCM/SH.
A utilização da NCM é obrigatória em documentos fiscais, como notas fiscais eletrônicas (NF-e), e sua aplicação correta é essencial para definir tributos, cumprir obrigações acessórias e evitar autuações.
Cada produto comercializado deve ter o código NCM correspondente, permitindo a uniformização das informações entre empresas e órgãos governamentais, além de facilitar a integração com sistemas de comércio exterior.
Como a NCM é composta?
Classificação Fiscal de Mercadorias pela NCM segue uma estrutura muito similar à do Sistema Harmonizado, mas com oito dígitos em vez de seis, o que proporciona maior detalhamento.
A lógica funciona assim:
- 2 primeiros dígitos – Capítulo
- 4 primeiros dígitos – Posição
- 6 primeiros dígitos – Subposição
- 7º e 8º dígitos – Item e subitem
Essa composição possibilita que cada mercadoria seja classificada de forma mais específica, ajustando a tributação conforme suas características.
Decifrando um código NCM
Classificação Fiscal de Mercadorias pode ser exemplificada pelo código 01021010, que representa “Animais vivos da espécie bovina – Reprodutores de raça pura – Prenhes ou com cria ao pé”:
- 01 – Capítulo: Animais vivos
- 02 – Posição: Bovinos
- 10 – Subposição: Reprodutores de raça pura
- 10 – Item: Prenhes ou com cria ao pé
Compreender como interpretar cada dígito é essencial para evitar erros, aplicar corretamente os tributos e aproveitar eventuais benefícios fiscais concedidos para produtos específicos.
TEC, TIPI e NVE: Como Eles Afetam a Classificação Fiscal
Classificação Fiscal de Mercadorias no Brasil é influenciada por três instrumentos principais: TEC (Tarifa Externa Comum), TIPI (Tabela de Incidência do IPI) e NVE (Nomenclaturas de Valor Aduaneiro e Estatística). Cada um desempenha um papel específico e afeta diretamente a forma como os produtos são classificados e tributados.
Compreender como esses elementos se relacionam com a NCM é essencial para aplicar corretamente a tributação, evitar divergências fiscais e manter o compliance tributário, especialmente nas operações de comércio exterior.
O que é a TEC?
Classificação Fiscal de Mercadorias considera a Tarifa Externa Comum (TEC) como base para definir as alíquotas aplicáveis nas importações e exportações entre os países do Mercosul.
A TEC estabelece tarifas uniformes para produtos provenientes de fora do bloco, garantindo tratamento igualitário nas operações comerciais. Suas alíquotas podem ser consultadas nas Tabelas TEC, publicadas e atualizadas periodicamente pela Câmara de Comércio Exterior (Camex).
Como essas tabelas sofrem alterações frequentes, acompanhar suas atualizações é fundamental para manter a correta classificação tributária dos produtos.
E a TIPI?
Classificação Fiscal de Mercadorias também é impactada pela Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), que define as alíquotas do IPI com base na NCM.
A TIPI só pode alterar, incluir ou excluir códigos NCM quando eles já estiverem listados na TEC. Por isso, a TIPI sempre acompanha a estrutura tarifária estabelecida pela Tarifa Externa Comum, funcionando como um complemento para a aplicação da tributação no mercado interno.
Qual o papel da NVE?
Classificação Fiscal de Mercadorias em operações de comércio exterior pode exigir o uso da Nomenclatura de Valor Aduaneiro e Estatística (NVE), que complementa a NCM.
A NVE fornece detalhes adicionais sobre o produto, como especificações técnicas e características de fabricação, e é obrigatória para determinados itens.
Essas informações permitem maior precisão na valoração aduaneira e na geração de estatísticas comerciais, ajudando o governo e os importadores/exportadores a manterem um controle mais eficiente das mercadorias.
Como Fazer a Classificação Fiscal Correta das Mercadorias
Classificação Fiscal de Mercadorias exige atenção a detalhes técnicos e legais para garantir a atribuição correta do código NCM e o enquadramento tributário adequado. O processo começa com o conhecimento profundo da composição, função e aplicação de cada produto comercializado.
Quanto mais precisa for a descrição e a análise, menor o risco de erros fiscais.
O uso de fontes oficiais e ferramentas específicas, como as Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH), as Soluções de Consulta da Receita Federal, as Regras Gerais de Interpretação (RGI) e as tabelas TEC e TIPI, é fundamental para validar a classificação.
Além disso, empresas devem manter registros documentados para comprovar a escolha do código em caso de fiscalização.
Ferramentas e fontes de apoio:
Classificação Fiscal de Mercadorias pode ser feita com mais segurança utilizando ferramentas disponibilizadas por órgãos oficiais e entidades de comércio exterior.
Entre as principais estão:
- NESH (Notas Explicativas do Sistema Harmonizado) – detalham o enquadramento de produtos.
- Soluções de Consulta da Receita Federal – respostas formais que esclarecem dúvidas sobre classificação.
- Regras Gerais de Interpretação (RGI) – orientam a aplicação correta do código NCM.
- Tabelas TEC e TIPI – indicam alíquotas e atualizações tarifárias.
O uso conjunto dessas ferramentas proporciona maior precisão e reduz o risco de inconsistências fiscais.
O que analisar para fazer a Classificação Fiscal correta?
Classificação Fiscal de Mercadorias deve considerar tanto aspectos técnicos do produto quanto sua função no mercado. Para isso, é importante analisar:
- Informações técnicas: composição, material predominante e características físicas.
- Função principal: uso e aplicação prática do item.
- Estágio do produto: se é finalizado, componente ou subconjunto.
- Documentos de suporte: laudos técnicos, pareceres de engenheiros e catálogos de fabricantes.
- Regras oficiais: consulta às Notas de Seção e de Capítulo da NCM e às decisões da OMA e Receita Federal.
Seguir esses passos assegura maior conformidade com a legislação e evita problemas em fiscalizações futuras.
Quem é Responsável pela Classificação na Empresa?
Classificação Fiscal de Mercadorias é uma responsabilidade que pode variar de acordo com o tipo de operação e a estrutura da empresa.
No comércio exterior, a obrigação de fornecer o código fiscal correto geralmente recai sobre o exportador ou importador, que deve garantir a aplicação exata da NCM nas documentações fiscais e aduaneiras.
Nas importações, o cuidado deve ser redobrado, pois a NCM indicada influencia diretamente o cálculo de tributos como IPI, ICMS, PIS e COFINS.
Um erro pode resultar em multas, atrasos no desembaraço e custos adicionais. Já nas exportações, mesmo sem incidência de impostos, a classificação correta é necessária para fins estatísticos e para atender às exigências legais do comércio internacional.
Por isso, setores como fiscal, contábil e comércio exterior devem trabalhar de forma integrada e contar com profissionais capacitados e ferramentas especializadas para assegurar a precisão na classificação dos produtos.
A atualização constante sobre mudanças nas regras da NCM e nas tabelas
TEC e
TIPI também é essencial para manter a conformidade tributária.
Consequências de uma Classificação Incorreta
Classificação Fiscal de Mercadorias feita de forma errada pode gerar impactos significativos, tanto financeiros quanto operacionais, para empresas que atuam no mercado interno ou no comércio exterior.
As penalidades previstas na legislação incluem multas que variam de 1% a 10% do valor aduaneiro da mercadoria, além de juros e outros encargos, dependendo da gravidade da infração.
Os efeitos vão além das autuações: a classificação incorreta pode levar à aplicação equivocada de alíquotas de tributos como IPI, ICMS, PIS e COFINS, impedir o aproveitamento de benefícios fiscais, e causar atrasos no desembaraço aduaneiro.
Empresas também podem perder incentivos como Ex-Tarifários, LETEC e isenções específicas, além de sofrer bloqueios na importação de produtos que exijam Licença de Importação.
No âmbito operacional, erros na classificação podem interromper linhas de produção, gerar necessidade de retificação de documentos fiscais e prejudicar prazos de entrega, comprometendo a satisfação do cliente. Esses problemas impactam diretamente a competitividade e a reputação da empresa no mercado.
Conclusão:
Classificação Fiscal de Mercadorias é um pilar essencial para a conformidade tributária e para a gestão eficiente de qualquer negócio que comercializa, importa ou exporta produtos.
Aplicar o código NCM correto evita autuações, assegura o pagamento exato dos tributos e possibilita o aproveitamento de benefícios fiscais previstos em lei.
Ao longo deste guia, vimos como a classificação correta reduz riscos, garante compliance e contribui para a saúde financeira da empresa. Também exploramos a importância de utilizar ferramentas oficiais, seguir as regras do Sistema Harmonizado, e manter a equipe atualizada sobre mudanças na TEC, TIPI e NVE.
Investir em processos e tecnologias que automatizem e validem a classificação fiscal não é apenas uma forma de aumentar a produtividade — é uma estratégia para evitar prejuízos e fortalecer a competitividade.
Se você quer aprofundar seus conhecimentos, confira também nossos conteúdos sobre
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Simples Nacional para ampliar ainda mais a segurança e a eficiência tributária da sua empresa.
Perguntas Frequentes Classificação Fiscal de Mercadorias
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