Lucro Real: Vantagens e Desvantagens, Como Funciona e Quando Vale a Pena

Lucro Real Vantagens e Desvantagens começam pela compreensão de que o Lucro Real é um regime tributário em que os principais impostos federais são calculados sobre o lucro líquido contábil da empresa.
Nesse modelo, o resultado real das operações é apurado a partir da receita bruta menos todas as despesas operacionais, administrativas, financeiras e demais custos dedutíveis. A partir desse lucro líquido ajustado é feita a base de cálculo do IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).
Na prática, esse regime permite que a empresa pague menos impostos em períodos de lucro baixo ou até de prejuízo, já que a tributação acompanha a realidade econômica do negócio, e não uma margem presumida pela Receita Federal.
Diferentemente do Lucro Presumido, em que o Fisco define um percentual fixo sobre o faturamento, o Lucro Real exige contabilidade completa, atualizada e em conformidade com as normas legais e contábeis, o que aumenta o nível de controle, mas também traz mais justiça tributária.
Em resumo, o lucro real é o regime em que os tributos são calculados sobre o rendimento líquido efetivo do negócio, obtido pela subtração das despesas das receitas.
Por isso, as empresas enquadradas nessa modalidade são obrigadas a manter registros contábeis detalhados e a apresentar suas informações financeiras à Receita Federal, garantindo transparência, rastreabilidade e suporte para auditorias e fiscalizações.
Como funciona a apuração do Lucro Real
A apuração no regime de Lucro Real parte do lucro líquido contábil apurado conforme as normas brasileiras de contabilidade (CPCs). Em seguida, são realizados os ajustes fiscais — adições, exclusões e compensações previstos na legislação (como a Lei 9.430/1996 e o RIR/2018).
Esses ajustes são registrados no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), que serve como base para calcular o IRPJ e a CSLL devidos em cada período.
Esse processo pode ser feito de forma trimestral ou anual, mas, em todos os casos, exige escrituração completa, conciliação de contas, organização de documentos fiscais, controle de receitas, despesas, custos e investimentos.
Quando bem executada, essa rotina contábil garante conformidade com a Receita Federal, reduz riscos de autuação e abre espaço para um planejamento tributário mais técnico e fundamentado.
Tributos que incidem sobre o Lucro Real
No regime de Lucro Real, a empresa está sujeita à apuração e ao recolhimento de diversos tributos federais, além de impostos estaduais e municipais. Entre os principais, destacam-se:
- IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica)
- Incide sobre o lucro líquido ajustado;
- Alíquota básica de 15%;
- Adicional de 10% sobre a parcela do lucro que exceder R$ 20.000,00 por mês.
- CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido)
- Calculada sobre a mesma base do IRPJ;
- Alíquota de 9% para a maioria das empresas e 15% para instituições financeiras.
- PIS e COFINS (regime não cumulativo)
- PIS: 1,65% sobre o faturamento;
- COFINS: 7,6% sobre o faturamento;
- Permitem o aproveitamento de créditos sobre insumos, serviços e outras despesas essenciais à atividade, reduzindo a carga tributária efetiva.
- ICMS, IPI e ISS
- Variam conforme o tipo de atividade (comércio, indústria ou serviços);
- ISS para prestadores de serviços;
- ICMS e IPI para operações com circulação de mercadorias e industrialização.
De forma resumida, a empresa no Lucro Real costuma lidar com: IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, ISS e ICMS, além de outras contribuições específicas conforme o setor. O domínio desses tributos é essencial para avaliar as vantagens e desvantagens do regime.
Tipos de apuração: anual e trimestral
No regime de Lucro Real, a empresa pode optar por dois modelos de apuração:
- Lucro Real Anual
A empresa calcula o lucro ao final do ano-calendário, mas realiza antecipações mensais do IRPJ e da CSLL com base no faturamento do mês, aplicando percentuais pré-definidos conforme a atividade. Ao final do ano, são feitos os ajustes para chegar ao lucro real definitivo, com possibilidade de compensar valores pagos a maior.
- Lucro Real Trimestral
A apuração do lucro e o cálculo dos impostos são feitos ao final de cada trimestre (março, junho, setembro e dezembro). Em cada período, a empresa apura o lucro líquido, realiza os ajustes fiscais e recolhe o IRPJ e a CSLL devidos. Esse modelo traz mais previsibilidade, mas reduz a flexibilidade para compensar prejuízos dentro do próprio ano.
A escolha entre apuração anual ou trimestral influencia diretamente a forma como a empresa gerencia fluxo de caixa, compensação de prejuízos e planejamento tributário, sendo um ponto central na análise de Lucro Real vantagens e desvantagens.
Quem deve optar pelo Lucro Real?
Lucro Real Vantagens e Desvantagens também envolvem entender quem é obrigado e quem se beneficia desse regime. Qualquer empresa pode optar pelo Lucro Real, desde que cumpra as exigências legais e esteja preparada para manter uma contabilidade estruturada.
Porém, para alguns negócios, a adoção é compulsória, enquanto para outros é fortemente recomendada pelos benefícios fiscais.
De forma geral, o Lucro Real costuma ser indicado para empresas que:
- Têm margens de lucro reduzidas ou períodos frequentes de prejuízo;
- Operam com alto custo operacional e grande volume de despesas dedutíveis;
- Trabalham com muitos insumos e podem aproveitar créditos relevantes de PIS e COFINS;
- Precisam de demonstrações contábeis robustas para lidar com bancos, investidores e auditorias.
Além disso, a legislação determina que o Lucro Real é obrigatório para empresas que se enquadram em situações específicas, como veremos a seguir.
Empresas obrigadas ao Lucro Real
Determinados tipos de empresas não podem escolher outro regime e precisam, por força de lei, tributar pelo Lucro Real. Entre elas, estão:
- Empresas com faturamento anual superior a R$ 78 milhões;
- Instituições financeiras, como bancos, cooperativas de crédito, seguradoras, distribuidoras de valores mobiliários e entidades assemelhadas;
- Empresas que usufruem de alguns benefícios fiscais específicos;
- Negócios com lucros, rendimentos ou ganhos de capital no exterior;
- Empresas que exercem fomento mercantil (factoring), entre outras atividades previstas em lei.
Essas organizações são obrigadas a adotar o Lucro Real justamente porque o Fisco exige maior transparência, detalhamento contábil e controle fiscal, reduzindo o risco de omissão de receitas ou distorção da base de cálculo.
Quando o Lucro Real é mais vantajoso
Do ponto de vista estratégico, o Lucro Real tende a ser mais vantajoso para empresas que:
- Trabalham com margens de lucro apertadas;
- Possuem alto volume de custos e despesas dedutíveis;
- Enfrentam grande variação de resultados ao longo do ano, com possibilidade de prejuízos em alguns períodos;
- Atuam em setores com muitos insumos e podem aproveitar bem os créditos de PIS e COFINS no regime não cumulativo.
Nesses cenários, o fato de os impostos incidirem sobre o lucro efetivo — e não sobre uma base presumida — torna o Lucro Real mais justo e, muitas vezes, mais econômico. Por isso, entender essas situações é essencial na análise completa de Lucro Real vantagens e desvantagens frente a outros regimes, como o Lucro Presumido.
Lucro Real: vantagens explicadas
Lucro Real Vantagens e Desvantagens passam, naturalmente, por uma análise das principais vantagens desse regime tributário. Quando bem utilizado, o Lucro Real pode reduzir de forma significativa a carga de impostos, melhorar a gestão financeira e fortalecer a imagem da empresa perante o mercado, bancos e investidores.
Entre os principais benefícios do Lucro Real, destacam-se:
- Tributação sobre o lucro efetivo da empresa
Os impostos incidem sobre o resultado real do negócio. Se a empresa tiver margens reduzidas ou até prejuízo em determinado período, o valor dos tributos diminui na mesma proporção, evitando distorções comuns do Lucro Presumido, em que se paga imposto mesmo com baixa lucratividade.
- Possibilidade de compensar prejuízos fiscais
Quando a empresa fecha um trimestre ou exercício com prejuízo contábil, pode
compensar esse valor em períodos futuros, reduzindo a base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Isso é especialmente relevante para negócios com sazonalidade ou variação acentuada nos resultados.
- Uso de créditos de PIS e COFINS
No regime não cumulativo, empresas que utilizam grande volume de insumos, mercadorias e serviços essenciais à atividade podem
aproveitar créditos de
PIS e COFINS, abatendo esses valores dos tributos devidos e, assim, reduzindo a carga tributária efetiva.
- Dedutibilidade ampla de despesas operacionais
Despesas com salários, encargos, aluguéis, depreciação de ativos, serviços contratados e outros custos necessários à atividade podem ser
deduzidos da base de cálculo, diminuindo o lucro tributável e, consequentemente, o valor dos impostos.
- Transparência e credibilidade do negócio
O Lucro Real exige escrituração contábil completa e organizada, o que fortalece a imagem da empresa, facilita o acesso a crédito bancário, participação em licitações e atração de investidores, além de gerar relatórios gerenciais mais confiáveis.
- Amplo espaço para planejamento tributário
Com apoio contábil especializado, é possível desenhar
estratégias legais de economia fiscal, aproveitando incentivos, créditos, compensações e escolhas de apuração (trimestral ou anual) para otimizar a tributação de forma técnica e segura.
Esses pontos mostram por que muitos negócios, especialmente aqueles com realidade econômica mais complexa, enxergam o Lucro Real como um regime capaz de alinhar conformidade fiscal, eficiência tributária e gestão estratégica.
Tributação sobre o lucro real da empresa
A principal vantagem do Lucro Real é que a tributação se baseia no lucro efetivo apurado, e não em uma margem presumida, como ocorre no Lucro Presumido. Isso significa que, em períodos de margens reduzidas ou prejuízo, o valor a pagar de IRPJ e CSLL tende a cair ou até ser zerado, evitando que a empresa recolha impostos sobre um lucro que não existiu de fato.
Precisão na apuração dos tributos
Como todas as receitas e despesas devem ser registradas e ajustadas com base nas normas contábeis e fiscais, o Lucro Real proporciona maior precisão na apuração dos tributos. Essa transparência reduz o risco de erros na base de cálculo, diminui a probabilidade de autuações fiscais e fortalece a segurança técnica do contador diante da Receita Federal.
Compensação de prejuízos fiscais
Outro benefício relevante é a possibilidade de compensar prejuízos fiscais de períodos anteriores com lucros futuros, dentro dos limites previstos em lei. Na prática, isso funciona como um “crédito” que reduz a base tributável em trimestres ou anos seguintes, suavizando o impacto de momentos ruins no caixa da empresa.
Créditos de PIS e COFINS
Empresas enquadradas no Lucro Real e sujeitas ao regime não cumulativo podem aproveitar créditos de PIS e COFINS sobre insumos, serviços, energia elétrica, fretes e outros itens vinculados à atividade. Para indústrias, distribuidoras, atacadistas e negócios com grande volume de compras, essa mecânica pode representar economia relevante, tornando o Lucro Real ainda mais atrativo.
Dedutibilidade de despesas operacionais
No Lucro Real, várias despesas necessárias à atividade — como folha de pagamento, encargos, aluguéis, depreciação, manutenção e serviços de terceiros — são dedutíveis para fins de IRPJ e CSLL. Ao reduzir o lucro tributável, essas deduções diminuem o valor dos tributos devidos e dão ao contador mais margem para um planejamento tributário eficiente.
Transparência e credibilidade do negócio
A exigência de uma contabilidade completa e bem estruturada fortalece a credibilidade da empresa. Demonstrações financeiras consistentes facilitam a análise de risco por bancos, investidores, fornecedores e parceiros, melhoram o acesso a crédito e reforçam a imagem de profissionalismo e governança corporativa.
Amplo planejamento tributário
Com todas as informações contábeis organizadas, o contador consegue enxergar com clareza o impacto de cada decisão no resultado fiscal.
Isso permite desenhar estratégias de planejamento tributário mais amplas, como escolha do tipo de apuração, aproveitamento de incentivos setoriais, reorganizações societárias e outras medidas que tornam o Lucro Real uma ferramenta poderosa para quem busca economia lícita de impostos.
Lucro Real: desvantagens explicadas
Lucro Real Vantagens e Desvantagens precisam ser analisados em equilíbrio, e isso inclui reconhecer os pontos negativos desse regime. Embora ele possa gerar economia significativa para muitas empresas, também traz maior complexidade operacional, custos adicionais e riscos quando não há estrutura adequada para cumpri-lo corretamente.
Entre as principais desvantagens do Lucro Real, podemos destacar:
- Maior burocracia e exigência técnica
O regime exige
controle contábil e fiscal detalhado, lançamento de todas as operações, conciliações constantes, elaboração de demonstrações financeiras e cumprimento de diversas
obrigações acessórias. Isso aumenta a necessidade de uma equipe
contábil experiente e de processos bem estruturados.
- Complexidade na apuração
As regras de ajustes fiscais, créditos, compensações e enquadramento de despesas como dedutíveis ou não dedutíveis tornam a
apuração mais complexa. Pequenos erros podem gerar diferenças relevantes de imposto ou chamar atenção da fiscalização.
- Custo operacional maior
Para operar com segurança no Lucro Real, a empresa geralmente precisa investir em sistemas contábeis e fiscais robustos, além de contratar profissionais qualificados. Esse custo pode pesar mais para negócios de menor porte ou que ainda não possuem uma estrutura administrativa consolidada.
- Alíquotas mais altas de PIS e COFINS
Apesar do benefício dos créditos, as alíquotas de
PIS (1,65%) e COFINS (7,6%) no regime não cumulativo são mais elevadas do que no regime cumulativo. Para empresas de serviços com poucos insumos e poucos créditos aproveitáveis, isso pode resultar em
carga tributária maior.
- Maior carga tributária em empresas muito lucrativas
Negócios com margens de lucro elevadas podem pagar mais tributos no Lucro Real do que pagariam no Lucro Presumido, em que a base de cálculo é uma porcentagem fixa do faturamento. Nesses casos, a tributação sobre o lucro efetivo pode se tornar mais pesada.
- Risco de apuração incorreta ao longo do trimestre ou ano
A necessidade de escolher entre apuração
trimestral ou anual, somada à complexidade dos ajustes fiscais, exige acompanhamento constante. Falhas de planejamento podem levar à perda de créditos, pagamento a maior de tributos ou risco de autuações.
Esses fatores mostram que, sem o suporte de uma contabilidade especializada, o Lucro Real pode se tornar oneroso e arriscado, o que pesa negativamente na balança das vantagens e desvantagens para algumas empresas.
Burocracia e exigência técnica
O Lucro Real demanda um nível elevado de organização contábil e fiscal. É preciso manter registros detalhados de todas as operações, emitir demonstrações periódicas, cumprir obrigações acessórias complexas e acompanhar constantemente as mudanças na legislação. Isso aumenta a burocracia e exige do contador alto grau de conhecimento técnico para evitar erros.
Complexidade da apuração
A apuração no Lucro Real envolve regras específicas sobre o que pode ou não ser deduzido, como tratar determinados gastos, como registrar créditos e prejuízos fiscais e de que forma aplicar os ajustes previstos em lei. Essa complexidade aumenta o risco de inconsistências, especialmente em empresas que não possuem um processo contábil bem estruturado.
Custo operacional maior
Para cumprir todas essas exigências com segurança, a empresa geralmente precisa investir em sistemas de gestão integrados, softwares fiscais, apoio de consultoria especializada e uma equipe contábil mais robusta. Esse custo operacional adicional pode pesar mais em empresas menores, impactando a análise de Lucro Real vantagens e desvantagens.
Alíquotas altas de PIS e COFINS
No regime não cumulativo, as alíquotas de PIS e COFINS são mais altas que no regime cumulativo. Para empresas de serviços ou negócios com poucos insumos creditáveis, isso significa pagar mais contribuições, sem compensação proporcional em créditos, o que pode elevar a carga tributária total.
Maior carga tributária em empresas muito lucrativas
Quando a empresa tem lucros elevados de forma consistente, a tributação sobre o lucro efetivo pode resultar em valores superiores aos que seriam pagos no Lucro Presumido, onde a base é uma margem fixa sobre o faturamento. Nesses casos, o Lucro Real pode deixar de ser vantajoso e se tornar mais oneroso.
Risco de apuração incorreta ao longo do trimestre/ano
A necessidade de escolher entre apuração trimestral ou anual, aliada à complexidade dos ajustes, exige planejamento e revisão frequente. Se a empresa não acompanha de perto seus resultados, pode deixar de compensar prejuízos, perder créditos ou cometer falhas que gerem autuações.
Isso reforça a importância de analisar cuidadosamente as vantagens e desvantagens do Lucro Real antes da opção.
Lucro Presumido x Lucro Real: comparativo direto
Lucro Real Vantagens e Desvantagens ficam ainda mais claras quando comparadas diretamente ao Lucro Presumido. Enquanto o Lucro Real tributa o resultado efetivo apurado pela contabilidade, o Lucro Presumido utiliza uma margem de lucro pré-definida pela Receita Federal, aplicada sobre a receita bruta para chegar à base de cálculo do IRPJ e da CSLL.
No Lucro Real, o cálculo considera o balanço contábil ajustado (adições e exclusões fiscais), o que torna a tributação mais alinhada à realidade econômica da empresa — especialmente para negócios com margens reduzidas, custos elevados ou variação de resultados.
Já no Lucro Presumido (e no Arbitrado ou até no Simples Nacional, em lógica semelhante), a tributação se baseia apenas no faturamento, sem considerar se houve lucro, prejuízo ou margem abaixo da presunção aplicada, o que pode gerar distorções tributárias importantes.
Outra diferença relevante é que o Lucro Presumido possui teto de faturamento anual, enquanto o Lucro Real não tem limite de receita.
Assim, empresas que crescem além do limite do Presumido precisam migrar, inevitavelmente, para o Lucro Real, reforçando a importância de entender bem as vantagens e desvantagens de cada regime antes da escolha.
Diferença na forma de apuração
No Lucro Real, a apuração é feita com base nos resultados efetivamente ocorridos, utilizando o lucro líquido contábil ajustado como base para IRPJ e CSLL.
No Lucro Presumido, a legislação aplica percentuais fixos de presunção sobre o faturamento, independentemente da situação real de lucro ou prejuízo da empresa, o que simplifica o cálculo, mas pode levar a pagamentos maiores ou descolados da realidade.
Problemas e distorções do Lucro Presumido
Como o Lucro Presumido ignora a lucratividade real e foca apenas na receita, empresas com margens baixas, custos altos ou períodos de prejuízo podem acabar pagando imposto sobre um lucro que não existiu.
Além disso, não há o mesmo nível de aproveitamento de créditos de PIS e COFINS, o que pode elevar a carga tributária efetiva em comparação ao Lucro Real.
Quando o Presumido pode custar mais caro
O Lucro Presumido tende a custar mais caro quando a margem real da empresa é menor que a margem presumida pela Receita Federal. Negócios com grande volume de insumos, despesas operacionais pesadas, sazonalidade ou instabilidade de resultados acabam recolhendo tributos sobre uma base inflada.
Nessas situações, o Lucro Real, apesar de mais complexo, pode se mostrar mais econômico e justo, ponto central na análise de Lucro Real Vantagens e Desvantagens frente ao Presumido.
Quando escolher Lucro Real ou Presumido?
Lucro Real Vantagens e Desvantagens precisam ser avaliadas sempre em comparação ao Lucro Presumido, porque o melhor regime não é o “mais famoso”, e sim aquele que traz mais benefício tributário e segurança para a realidade da empresa.
Na prática, a escolha deve considerar fatores como porte, setor de atuação, margem de lucro, previsibilidade de resultados, estrutura contábil e necessidade de comprovação financeira para bancos, investidores e fornecedores.
Em muitos casos, o Lucro Real se mostra mais eficiente para empresas com margens apertadas ou alta despesa dedutível, enquanto o Lucro Presumido pode ser interessante para negócios com lucro alto e custos mais enxutos.
Critérios de escolha
Na hora de decidir entre Lucro Real e Lucro Presumido, alguns critérios devem ser analisados de forma técnica:
- Porte da empresa: negócios maiores, com operações complexas, tendem a se beneficiar do Lucro Real, principalmente pela possibilidade de planejamento tributário mais sofisticado.
- Setor de atuação: empresas industriais, distribuidoras e atacadistas, que trabalham com muitos insumos, geralmente aproveitam melhor os créditos de PIS e COFINS no Lucro Real.
- Plano de negócios: empresas em fase de crescimento, com grandes investimentos e possibilidade de prejuízos fiscais em alguns períodos, podem reduzir tributos ao optar pelo Lucro Real.
- Situação financeira: se a empresa tem margem de lucro baixa ou muito variável, a tributação sobre o lucro efetivo costuma ser mais justa do que uma base presumida.
Importância da consultoria contábil
Escolher o regime tributário sem apoio de um contador especializado aumenta o risco de pagar imposto a mais ou expor a empresa a autuações. A consultoria contábil avalia cenários, simula tributos em cada regime, analisa Lucro Real Vantagens e Desvantagens na prática e ajuda o empresário a tomar uma decisão segura.
Além disso, o contador acompanha mudanças na legislação e revisa periodicamente se o regime escolhido continua sendo o mais vantajoso.
Uso da tecnologia para controle fiscal
Ferramentas de gestão financeira e fiscal são aliadas importantes nesse processo. Sistemas integrados permitem acompanhar faturamento, despesas, fluxo de caixa, estoques e obrigações acessórias em tempo real, facilitando o controle e a análise de qual regime gera menor carga tributária efetiva.
Com tecnologia, o contador consegue cruzar dados com mais precisão, evitar erros de apuração e sustentar com relatórios claros a escolha pelo Lucro Real ou pelo Presumido.
Como pagar menos impostos no Lucro Real (estratégias reais)
Lucro Real Vantagens e Desvantagens ficam mais favoráveis quando a empresa utiliza o regime de forma estratégica, explorando ao máximo as possibilidades legais de economia fiscal. Não basta apenas estar no Lucro Real: é preciso ter organização contábil, controles atualizados e visão de planejamento tributário.
Com isso, a empresa consegue reduzir a carga de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, aproveitar créditos, compensar prejuízos e ajustar o regime de apuração ao seu comportamento de faturamento e margem.
Uma atuação inteligente no Lucro Real passa por cinco pilares práticos: classificação correta das despesas dedutíveis, recuperação de créditos de PIS e COFINS, escolha adequada do modelo de apuração (trimestral ou anual), revisão anual do regime tributário e apoio de uma contabilidade especializada.
Classificação correta das despesas dedutíveis
Um dos pontos centrais para pagar menos impostos no Lucro Real é garantir que todas as despesas dedutíveis estejam registradas de forma correta. Isso inclui:
- Despesas com folha de pagamento e encargos;
- Aluguéis, energia, telefonia e serviços essenciais ao negócio;
- Depreciação de ativos, manutenção de máquinas e equipamentos;
- Gastos com fretes, seguros, honorários profissionais e outras despesas operacionais.
Quando essas despesas são bem classificadas e documentadas, a base de cálculo de IRPJ e CSLL diminui, tornando o regime mais vantajoso e reforçando o lado positivo de Lucro Real Vantagens e Desvantagens.
Recuperação de créditos de PIS e COFINS
No regime não cumulativo, a empresa pode recuperar créditos de PIS e COFINS sobre uma série de itens vinculados à atividade: insumos, mercadorias para revenda, serviços tomados, energia elétrica, fretes, entre outros.
Para isso, é indispensável ter documentos fiscais corretos, sistemas de apuração alinhados e rotinas que identifiquem todos os créditos possíveis. Quando bem explorada, essa recuperação reduz significativamente o valor final das contribuições a pagar.
Escolha do modelo de apuração: trimestre x ano
A decisão entre Lucro Real trimestral ou anual também impacta diretamente a carga tributária:
- No trimestral, cada período é fechado separadamente, e os prejuízos só podem ser compensados em trimestres seguintes, dentro dos limites legais.
- No anual, a empresa faz antecipações mensais e só fecha o lucro no final do ano, o que permite compensar resultados negativos de certos meses com positivos de outros, trazendo mais flexibilidade.
Empresas com faturamento muito oscilante ou risco de prejuízo em alguns períodos costumam se beneficiar do Lucro Real anual; já negócios com resultados mais estáveis podem optar com segurança pelo trimestral.
Revisão anual do regime tributário
O regime que é ideal hoje pode não ser o melhor daqui a um ou dois anos. Por isso, é fundamental que o contador faça uma revisão anual do enquadramento, simulando a carga tributária no Lucro Real, no Lucro Presumido (e, quando aplicável, no Simples Nacional).
Essa análise considera faturamento, margem de lucro, estrutura de custos e aproveitamento de créditos, garantindo que a escolha continue alinhada às vantagens e desvantagens do Lucro Real para aquele momento da empresa.
Contabilidade especializada como diferencial competitivo
Contar com uma contabilidade especializada em Lucro Real transforma o regime em um verdadeiro diferencial competitivo. Um contador experiente identifica brechas legais para economia, evita erros que geram multas, aproveita melhor os créditos e conduz um planejamento tributário contínuo.
Na prática, isso significa pagar apenas o necessário, com segurança jurídica, e usar os relatórios contábeis como base para decisões estratégicas — não apenas para cumprir obrigações.
Conclusão
Lucro Real Vantagens e Desvantagens mostram que esse regime não é “bom” ou “ruim” por natureza, mas sim uma ferramenta poderosa que pode gerar grande economia de impostos para algumas empresas e se tornar onerosa e complexa para outras.
Tudo depende do modelo de negócio, da margem de lucro, do volume de despesas dedutíveis, da estrutura contábil e da capacidade de manter controles financeiros bem organizados.
De um lado, o Lucro Real se destaca por tributar o lucro efetivo, permitir compensar prejuízos fiscais, aproveitar créditos de PIS e COFINS e oferecer um campo amplo para planejamento tributário técnico.
De outro, exige burocracia maior, sistemas robustos, equipe contábil qualificada e pode resultar em carga mais alta em empresas muito lucrativas ou que não conseguem aproveitar plenamente os benefícios do regime.
Por isso, a decisão entre Lucro Real e outros regimes, como o Lucro Presumido, deve ser sempre tomada com o apoio de um contador especializado, que simule cenários, projete impactos no caixa e avalie o enquadramento mais vantajoso.
Quando bem aplicado, o Lucro Real deixa de ser apenas uma obrigação fiscal e se torna uma estratégia de gestão, ajudando a empresa a crescer com segurança, transparência e eficiência tributária.
Perguntas Frequentes Lucro Real – Vantagens e Desvantagens
Quais são as vantagens de optar pelo lucro Real?
O Lucro Real pode ser a melhor escolha para empresas que: ✔️ possuem margens de lucro reduzidas, pois pagam impostos sobre o lucro efetivo. ✔️ Têm altas despesas operacionais que podem ser deduzidas. ✔️ Precisam aproveitar créditos fiscais de PIS e COFINS.
Quando compensa ir para o lucro real?
O Lucro Real é geralmente indicado para empresas com faturamento anual acima de R$ 78 milhões. No entanto, não é exclusivo para grandes corporações. Empresas de menor porte também podem optar por esse regime, especialmente se tiverem custos operacionais elevados ou margens de lucro reduzidas.
Lucro real paga menos imposto?
Tributação sobre o lucro efetivo da empresa. Quando a empresa apresenta margens reduzidas ou opera com prejuízo, o valor do imposto a ser pago também diminui. Isso evita distorções comuns no Lucro Presumido, onde se paga imposto mesmo em situações de baixa lucratividade.
O que pode ser deduzido no lucro real?
Isso inclui aluguel, contas de luz e água, materiais de escritório, manutenção de equipamentos e outros itens necessários para que o negócio funcione. Como essas despesas são fundamentais para as operações diárias, elas são dedutíveis quando devidamente comprovadas e registradas.
Quais são os 4 tipos de despesas?
- Despesas Fixas
- Despesas Variáveis
- Despesas Operacionais
- Despesas Não Operacionais
- Despesas Pré-Operacionais
- Despesas Discricionárias
- Exemplos de Custos
- Exemplos de Despesas
Quanto posso compensar o prejuízo no lucro real?
O lucro real apurado em cada período poderá ser reduzido pela compensação de Prejuízos Fiscais de períodos anteriores, em no máximo 30% (trinta por cento).
Qual a porcentagem cobrada no lucro real?
Alíquotas do Simples Nacional:
Receita Bruta Total em 12 meses
Até R$ 180.000,00 — 4,5% — 0
De R$ 180.000,01 a R$ 360.000,00 — 7,8% — R$ 5.940,00
De R$ 360.000,01 a R$ 720.000,00 — 10% — R$ 13.860,00
De R$ 720.000,01 a R$ 1.800.000,00 — 11,2% — R$ 22.500,00
O que pode ser compensado no lucro real?
Toda empresa no Lucro Real pode pedir compensação de prejuízos, permitindo a redução do impacto financeiro de períodos de déficit sobre a carga tributária. Essa prática segue regras específicas estabelecidas pela Receita Federal e pode ser uma estratégia eficaz para otimizar o planejamento tributário.
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