Simples Nacional e a Reforma Tributária: Exemplo Prático

Rafaela Barbosa • 20 de março de 2025
Uma mulher está sentada em uma mesa digitando em um teclado de computador.

A reforma tributária tem gerado muitas dúvidas para os empreendedores do Simples Nacional. As mudanças no sistema tributário impactam diretamente os custos das empresas, tornando essencial a compreensão dos novos cenários para um planejamento eficiente. Neste artigo, vamos explicar como essas alterações podem afetar sua empresa e apresentar um exemplo prático para facilitar o entendimento.


O Impacto da Reforma Tributária no Simples Nacional


A reforma tributária trará mudanças significativas para empresas enquadradas no Simples Nacional. Segundo o especialista, “na prática, muda completamente a forma de tributação e os custos operacionais”.


Atualmente, empresas do Simples Nacional não têm direito a crédito de impostos, o que impacta diretamente o custo de aquisição e a formação de preços. Com a nova reforma, a opção pelo sistema híbrido permitirá o aproveitamento de créditos sobre compras, alterando a dinâmica de precificação e competição no mercado.


Exemplo Prático de Cálculo

Para ilustrar essas mudanças, vejamos um exemplo:


  • Uma empresa industrial enquadrada no Anexo II do Simples Nacional tem um faturamento anual de R$ 2 milhões.
  • O preço de custo de um produto vendido é R$ 7.000.
  • A margem de lucro estimada é de 40%, resultando em um preço de venda de R$ 9.000.


No modelo atual, o CBS e o IBS (impostos sobre bens e serviços) serão de 14% dentro do Simples Nacional, resultando em um imposto de R$ 1.200. Caso a empresa opte pelo sistema híbrido, o tributo será de 26,5%, totalizando R$ 1.900.


A diferença aqui é que, no modelo híbrido, a empresa poderá se creditar desses valores, reduzindo o custo final. Como destaca o especialista, “embora o valor pago seja maior, o impacto real no fluxo de caixa pode ser positivo, pois o crédito tributário compensa essa diferença”.


Como Isso Afeta a Competitividade?


A nova estrutura tributária também impacta a relação comercial com clientes do Lucro Real ou Presumido, que normalmente se beneficiam de créditos tributários.


Se uma empresa do Simples Nacional vender para uma do Lucro Real sem permitir a apropriação de crédito, ela precisará oferecer preços significativamente mais baixos para se manter competitiva.


Se o fornecedor optar pelo sistema híbrido e pagar os tributos por fora, o cliente do Lucro Real poderá aproveitar um crédito maior, tornando a compra mais vantajosa. Isso pode fazer com que muitos fornecedores considerem migrar de regime tributário para manter seus clientes.


Planejamento Tributário: O Que Fazer?


Diante desse cenário, o planejamento tributário se torna fundamental. Segundo o especialista, “a escolha do regime deve ser baseada na estratégia de mercado e na cadeia de valor da empresa”.


Aqui estão algumas ações recomendadas:


  1. Analisar a cadeia de fornecimento – Identificar se seus clientes e fornecedores trabalham com Lucro Real, Presumido ou Simples Nacional.
  2. Calcular os impactos fiscais – Comparar os cenários de tributação e avaliar a viabilidade de cada opção.
  3. Consultar um especialista – Conversar com um contador para determinar qual regime é mais vantajoso para sua empresa.


Conclusão


As mudanças trazidas pela reforma tributária exigem uma revisão estratégica por parte das empresas do Simples Nacional. O planejamento tributário e a análise detalhada da cadeia de valor são essenciais para garantir a competitividade no novo cenário.





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